Com isso, o Minc credibiliza o setor e passa a compreender a moda definitivamente como uma linguagem artística, assim como a música, o teatro, o cinema, com potencial de revelar a identidade do país.
Já era hora disso acontecer, mas antes tarde do que nunca. A moda já é reconhecida lá fora como símbolos culturais de diversos países, movimentando a economia e servindo como identidade nacional. Falou em moda, logo associamos Paris, por exemplo. Mas mais do que os principais circuitos, a moda acontece nas ruas, nas pessoas, na correria do dia dia. E diversidade o brasil tem muito, por isso, espero que a moda brasileira ganhe muito mais representatividade nos próximos anos.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), em 2009, o faturamento do setor chegou a US$ 47 bilhões. Em todo mundo, a moda absorve e influencia amplos setores da cultura. No Brasil, no entanto, não havia o reconhecimento desse papel. A II Conferência Nacional de Cultura, realizada em março de 2010, marcou o início da compreensão da relação com o setor. O seminário é o primeiro desdobramento disso.
Na prática, uma política cultural para a moda irá valorizar a criação, a inovação e a experimentação, fazendo com que os valores culturais do país sejam agregados a produtos de uma economia da cultura sofisticada e internacional como essa. Outro pilar fundamental é o da memória: a política deve valorizar e registrar as criações e os fazeres do setor como patrimônio cultural.
Financiamento
Ao ser compreendida como linguagem artística, a moda passa a ser alvo de financiamento público no âmbito do Ministério da Cultura. As diretrizes para a aplicação do Fundo Nacional de Cultura também foram tema de discussão no seminário em Salvador.
Políticas culturais
O grupo formado pelos 150 delegados participantes do seminário dividiu-se em três áreas, que correspondem à cadeia produtiva da moda: criativa, empresarial e institucional, que inclui ONGs, instituições públicas e privadas e universidades ligadas ao setor. Entre eles estão nomes como Paulo Borges, Alexandre Herchcovith, Walter Rodrigues, Ronaldo Fraga, além de representantes da Associação Brasileira de Estilistas, do Sebrae e da ABIT.
Além de discutir o Plano Cultural da Moda, os delegados elegerão entre si os 15 representantes que irão compor o Colegiado setorial de moda dentro do Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC). O órgão colegiado integrante do Ministério da Cultura tem como finalidade propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil organizada, para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais no território nacional.
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